Preservação do patrimônio no ramo da construção civil: por que pode ser complicado? – Parte I
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março 22, 2022
O cérebro humano e a casa – Parte I
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Preservação do patrimônio no ramo da construção civil: por que pode ser complicado? – Parte II

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Qual parece ser o objetivo de Petrópolis?

Aparentemente, o objetivo da cidade é ser conhecida mundialmente, já que é “uma cidade turística”, como a cidade do NÃO! 

NÃO pode construir aqui!
NÃO pode construir ali!
NÃO pode fazer isso!
NÃO pode fazer aquilo!

Ou então será conhecida como “a Miami do Brasil”, a cidade dos aposentados. Também não é bem assim, a diferença não está no ramo da construção civil, ela está no padrão de vida dos apo$entados do Brasil.

Poderíamos ainda “fechar os olhos” para o que acontece no ramo da construção civil no centro histórico. Poderíamos fazer o mesmo para o primeiro distrito de Petrópolis, mas, amigos… mesmo que admitíssemos o “engessamento” do primeiro distrito, ainda assim não poderíamos construir em outro local. Indústrias e comércio não poderiam ser instalados em outros distritos, e sabem por quê? Porque não existe infraestrutura suficiente ali. 

Não se pode apenas coibir ou proibir o desenvolvimento de uma cidade com o objetivo de proteger sua história, cultura, arte e meio ambiente. É preciso dar respaldo para que essa cidade cresça em outro sentido. O crescimento demográfico é uma consequência da vida. Não se pode manter ou atrair novas empresas para o município sem água tratada e encanada, sem esgoto e sem calçamento. Como atrair empresas para gerar empregos na região, sem energia elétrica, sem telefonia, sem a tecnologia da informática? Apenas com os chamados incentivos fiscais? Descontos nos impostos municipais? Isso qualquer município faz, independente dos planos da construção civil. É preciso haver um diferencial. 

Existem outras formas de demonstrar poder ou o “faça o que digo mas não o que faço”. Uma delas é o exemplo, ou melhor, o mau exemplo da Prefeitura quando proíbe a instalação de painéis publicitários a menos de um metro do meio-fio. Ao mesmo tempo, ela instala e permite que algumas empresas instalem em pontos de ônibus, em calçadas e em relógios digitais.

Essas instalações quase sempre estão a menos de um metro do meio-fio. Também há falta de fiscalização quando a legislação exige determinadas dimensões e características para o mobiliário urbano. O que vemos é uma diversificação imensa de obstáculos junto ao meio-fio para impedir que os automóveis subam nas calçadas. Esses obstáculos possuem características semelhantes a “armadilhas” para pessoas que não possuem o sentido da visão ou que apenas, ao sair de um automóvel e se voltar para a calçada, sejam surpreendidas por um obstáculo de pequeno porte que ao invés de proteger o transeunte acaba por levá-lo ao chão.

Ainda no que tange o ramo da construção civil, mas não menos importante: a correta exigência da LUPOS com taxa de permeabilidade para as construções de caráter privado. Por outro lado, a própria Prefeitura não age dessa forma quando calça uma rua ou quando simplesmente reveste uma rua calçada com paralelepípedos com a conhecida “lama asfáltica”. Ela está sempre desagregando-se do piso ali existente, exigindo manutenção permanente, mas é mais barata…

Estes procedimentos impermeabilizam em 100% o solo naquele local, fazendo com que mais água corra para o “rio”. Assim, menos água se infiltra no subsolo, e o resultado é o aumento de enchentes e a diminuição do lençol freático.

Mas não é preciso ficar com os paralelepípedos. Existem outros pisos regulares que mantêm o índice de permeabilidade como os paralelepípedos, nos rejuntes, podendo manter um revestimento com superfície tão uniforme quanto o asfalto.

Quais seriam os próximos passos para o ramo da construção civil?

Seria este o momento de cobrarmos desses órgãos e entidades uma reflexão para o que está acontecendo com a cidade? Não seria um momento de sentarmos para um grande debate e um só interesse: o crescimento em todas as formas de ações trazendo de volta a Petrópolis de outrora?

Vamos à luta! Procurem suas Associações de Classe, seus Conselhos Regionais, Associações de bairro… Levantem-se e conclamem seus colegas, seus amigos… Vamos salvar Petrópolis!

Observação:
O que temos hoje em Petrópolis é um esgoto misto (sistema unitário). Nele, a rede de esgoto não existe, o esgoto é depositado na rede de águas pluviais contaminando assim os rios e o lençol freático.