Baseado na Parte I deste texto, exponho aqui a continuidade deste artigo:
Talvez devamos pensar e refletir mais sobre os pensamentos desses e de outros filósofos da vida. Com sua vasta experiência, certamente cada um deles tem muito a nos ensinar.
No entanto, para captar as informações, talvez precisemos pensar como os filósofos pensam a Arquitetura, quebrar alguns tabus e, sem medo, agir em prol de uma cidade mais humanizada, assim como o exemplo de Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá.
Em 2011, ele perdeu o cargo porque não teve medo de agir em prol dos pedestres, eliminando os estacionamentos em vias públicas, melhorando a qualidade e a quantidade do transporte público em detrimento dos carros.
Ele também criou ciclovias e, assim, enfrentou o poder econômico. Esse, por sua vez, não perdoa. Mas, caso o poder econômico seja continuamente combatido, acabará por se submeter à vontade popular de progredir com dignidade, incluindo questões relacionadas à Arquitetura.
Talvez devamos ouvir mais as pessoas antes de lhes impor ações que “condenem” suas casas.
Talvez devamos criar comissões especializadas em apoiar e dar soluções de sustentabilidade aos imóveis tombados, e não criar utopias. Sim, utopias. Digo isso porque tombar residências cujos proprietários não possuem recursos financeiros para sua restauração é utopia.
A diferença entre reforma e restauração não está apenas no vocabulário, mas, principalmente, no custo elevado do segundo em relação ao primeiro. Não estou falando sobre valores como o dobro ou o triplo, mas, em alguns casos, multiplica-se o valor da reforma por dois dígitos.
(restaurar – latim restauro, -are, reparar, refazer)
(reformar – latim reformare, formar de novo, mudar, alterar, re-, de novo; formare, aspecto, aparência, forma)
Talvez devamos repensar…