Baseado na Parte I deste texto, deixo aqui a minha opinião em forma de alguns questionamentos:
Não seria mais democrático o governo comprar pelo preço justo o imóvel tombado por ele e, então, conservá-lo?
Não seria mais justo introduzir às nossas crianças, pela educação didática, o sentimento de amor à arte, à arquitetura e à História de nosso país? Assim, formaríamos uma conscientização nacional que seria capaz de criar gerações de brasileiros conscientes! Eles, então, saberiam que devem proteger e promover a valorização dos bens que fazem parte do patrimônio histórico, artístico e cultural de nosso país.
Não seria democrático respeitar o bem do outro? Isso inclui permitir que esse bem seja utilizado pelo seu dono da forma que lhe convier dentro da Lei de uso e parcelamento do solo.
Que mal poderá fazer a alguém um imóvel ser substituído por outro?
Quem é mais importante? A arquitetura de uma cidade ou os cidadãos que nela vivem?
O que será mais importante e vital para uma comunidade: a arquitetura preservada ou o trabalho? O que é mais dignificante?
Às vezes, a simples substituição de um imóvel “tombado” por outro significa geração de empregos temporários e definitivos para muitas pessoas. Além disso, gera renda, circulação de dinheiro e riqueza.
A preservação pode e deve ser feita a partir da vontade do proprietário do bem “tombado”, afinal não é assim que é feito com as cidades e a UNESCO?
A UNESCO entra em nosso território e determina qual o imóvel ou a cidade que deve ser tombado como patrimônio da humanidade? Ou os cidadãos e dirigentes daquela cidade ou país são quem decide se querem ou não que haja o “tombamento” e, então, o solicitam?
Na minha opinião, o que mais incomodou no episódio da Rua 13 de maio foi como os políticos tentaram tirar proveito da situação em benefício próprio. Para isso, deram declarações das mais estapafúrdias, como situar o imóvel “ao lado da catedral”; como dar à casa, que não será demolida, um valor histórico e arquitetônico absurdo quando ali nada tem de especial ou histórico. E o mais interessante é que entre estes políticos havia um que já exerceu o poder nesta cidade.
Na ocasião, ele permitiu e defendeu a construção de um imóvel público de arquitetura contemporânea. Diga-se de passagem, era um excelente projeto, porém situado ao lado da praça e dos palácios públicos cuja arquitetura determinante e contrastante caracteriza o início da construção desta cidade.
Defendo a Liberdade, a Democracia, a ordem, mas, principalmente, o ser humano e a vida.
Na minha opinião, as preservações artísticas e culturais, quando não são possíveis, quando não são espontâneas, podem ser realizadas por outros meios. A fotografia, a documentação, projetos, plantas, meios eletrônicos e digitais são alguns bons exemplos que podem ser colocados em visitação em museus, anfiteatros, galerias etc.
O que não pode e não deve ser feito, na minha opinião, é determinar o que o outro deve fazer com aquilo que lhe pertence. Para mim, isto é agressão, é violação de direitos, é ditadura.